Dispenso a Perfeição

Não procuro a perfeição. Pra ser exata, não procuro nada.

Não quero, nem espero e nem preciso de um amor perfeito, este não existe.

       Se fosse para procurar algo, procuraria aquele amor que se importaria com pequenas grandes coisas, como por exemplo, o jeito que gosto de me vestir quando vou dançar, ou o meu sorvete preferido, ou o jeito que gosto de preparar meu açaí, decifrar meus suspiros, sorrisos, pequenos gestos, o amor perfeito não precisa ser perfeito, nem me ver perfeita, mas sim me ver a razão para todos os teus sorrisos matinais, me ver como a vontade de viver, apenas para ter por perto, repito, o amor perfeito não precisa ser perfeito, se importar em me manter no canto da calçada, seria lindo, se perguntar o por que precisa me ligar todo santo dia apenas para escutar minha voz seria interessante, prestar atenção naquela canção que eu cantarei do nada, que apesar de repentina teria muitos significados importantes, também seria magnífico. 
    O amor perfeito não precisa ser o rei da perfeição, eu gostaria de vê-lo gaguejar quando ficasse nervoso, ou então de ver o teu cabelo todo desgrenhado ao acordar, o amor perfeito, ficaria comigo até eu pegar no sono, ou, nada, nada disso, simplesmente me faria sentir que não preciso de mais ninguém pois meu coração partido ao meio já reencontrou sua outra metade perdida no mundo. 

A perfeição, é isso. A perfeição que procuram é mito, eu a dispenso, afinal, perfeito é você acordar sorrindo apenas pelo fato de saber que o amor perfeito é imperfeito e cheio de falhas e defeitos mas mesmo assim, você não precisa de mais nada, ele é a razão da sua felicidade.

Suellen Raiana