domingo, 21 de março de 2010

Inocente neném

Ás vezes quando me deparo em meio multidão
sinto um aperto, um aperto que me agride o peito
que machuca, me pega sem jeito me arranca o coração
vejo crianças dormindo no quente, 
do sujo, agressivo chão
vejo adultos atordoados, descontralodos,
sem nenhuma concreta razão
paro, reparo, encaro o jovem ladrão,
o jovem joão, o jovem ninguém
que mata, desfarça, remata a mãe
pedindo perdão, pelo pobre neném
O que fazer ? me perguntei,
mas a resposta fugiu, foi parar em alguém
alguém nobre e sutil, que não sei bem quem 
quer mudar o mundo em homenagem ao neném
mas o neném já morreu, quem vai segurar o trofel recibido por alguém?
o pobre neném, o jovem neném, o inoscente neném
que agora não fala, não anda, não ouve
lá em cima só preza bem

 Suellen Raiana

Aplausos


Ai que angústia que não me solta
que tristesa que não me abandona
que dor que não me ignora
que vontade de pular, e deixa-las
em qualquer lugar longe de mim
como eu, eu, eu queria abandona-las
mas não por nada, só por mim
às vezes me perguntando
por que ? por que tal ato, tal gesto
tal ignorância, total falta de afeto
por que não olhar, não tocar, não sentir o toque
e algo que não seja o mesmo ou seja certo
lembro rapidamente de todas as respostas
as respostas que não tenho
infelizmente ou felizmente só tenho perguntas
o "por que" a final
por que machucar se não vai receber a cura
por que maltratar se não vai receber aplausos por isso ?
e se receber?
será apenas mãos se tocando, mãos se batendo
pois aplausos, aplausos são atos reverênciais
atos que te presenteam,
atos que são a remuneração pelo bem, pelo bom
e volto a pergunta "e se receber?"
Será algo vago, vasto, tão quanto o vazio que ronda
ronda os sem sí, os sem alma, os sem coração
pois o vazio recebido invade,
se apodera do que um dia foi algo. 
 
       Suellen Raiana

O Príncipe e as Cartas

As cartas não mentem, só sabem omitir, a angústia do príncipe
              que não sabe como agir, pra ele é um refúgio, um escudo
para quem o quer, não passa de distúrbio...





As cartas falam, fazem, fazem acontecer, ou melhor elas revelam o acontecido e o que está para acontecer, as cartas são papeis induzidos por seres, seres não conhecidos que são decifrados por pessoas, o que estava pra acontecer esta acontecendo, subindo a escada está o proprio, o pobre, o coitado pobre nobre homem, subindo degraus de ilusões, se iludindo nas alturas, achando que amanhã ou depois não acabará , mas não .. o pobre homen está de vendas, iludido com um fim de flores, flores sem espinhos, iludido com uma visão perfeita, o pobre homem é simplesmente um pobre homem q tem quem olhe por ele, mas teus olheiros fingem que não o vê, para q ele não perca a vista, ela pode estourar, teus olheiros presam o fim da ilusão o fim da escada, o fim da jornada mau avistada, para que se façam de cama, cama elástica, para sustentar teu presado pobre homem na hora de sua queda, enfim, olheiros , nem todos, mas teus olheiros são fiéis, como mães e pais, eles o deixam cair mas tendo a certeza que irão lhe segurar, afinal ninguém aprende a levantar se não cair, ou se jogar!

                       Suellen Raiana

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tente assim ...

Ei, tente olhar pela janela e sorrir
pintar com a aquerela que está aí
Tente assim
Baby, quem sabe vale mais sorrir a chorar
quem sabe um desencontro, para se encontrar
Te ajudar
Meu bem, talvez nem seja tão, tão fácil assim
nem sempre ganhar é chegar ao fim
No teu fim
Eu fico observando as pessoas
Sempre pensando : "O que "cê" quer de mim ?"
Eu fico admirando o nascer do sol,
mesmo ninguém estando nem aí, nem aqui
Eu fico viajando, parada como encanto
me movo sem andar, eu chego com meu canto
Pensei em me jogar por desgosto,
será que é pra tanto ?
Mas resolvi ficar, dar por cima a volta
 Seguir com fé andando

    
                                                                            Suellen Raiana

sábado, 13 de março de 2010

Tapa na Alma

Ontem eu tomei um tapa
Um tapa na cara, na cara da alma
que nem de cara lavada estava
Sorri e disse : Obrigada !
A alma por si respondeu?: De nada .
Ai que dor, ai que angustia
Outro tapa !
"Pra" ficar esperta e não esperar para mais nada
Esperei tanto tempo por pura vaidade
antes mesmo do tempo passar
me visitou a saudade
e para meu desespero me provou que era verdade
Me serviu de aprendizado
Sofri por tanto desprezar o imediato
sonhei que o 'esperar' daria resultado 
Agora preciso esperar com motivo
sim sei que parece sem sentido
mas agora é só o imediato
que me ajudará a enchergar o exato
Não posso odiar, nem correr desse 'parto'
sem hora, instante ou tempo exato
para esse tal destino
esperar dessa vez fará sentido!
                                                                              

Suellen Raiana


Obs: Nunca deixem para amanha o que pode ser solucionado hoje, ou, troque um beijo doce por um batom e um rimel, ou, escolha um algodão doce a uma mãozinha, entre boas companias despreze a má solidão, que te pisa, levanta e logo te joga novamente, no duro, quente asfalto, o chão !